Colóquios 2016
07 de dezembro
Flávia Sobreira Sanchez (CCNH-UFABC)
O lado escuro do Universo.
De acordo com o modelo atual cosmológico apenas 4% do conteúdo do universo é preenchido por matéria que conhecemos. O restante é caracterizado por matéria escura e energia escura. Neste colóquio exploraremos este lado escuro do universo com ênfase na energia escura que é o principal candidato para o entendimento da aceleração cósmica
30 de novembro
Caio Lewemkopf (IF-UFF)
Materiais de Dirac
Avanços recentes na síntese de materiais têm produzido sistemas, tais como grafeno, isolantes topológicos e semimetais de Weyl, onde as excitações eletrônicas de baixas energias se comportam como partículas de Dirac sem massa, ao invés de seguirem a dinâmica usual ditada pelo hamiltoniano de Schrödinger. Neste colóquio vou discutir como surgem estes férmions de Dirac em sistemas de matéria condensada e como eles são experimentalmente detectados. Em seguida, vou apresentar algumas das surpreendentes propriedades de transporte eletrônico destes sistemas e descrever os projetos que desenvolvemos no nosso grupo teóico da UFF para compreendê-las.
23 de novembro
Breno Arsioli Moura (CCNH-UFABC)
Isaac Newton defendeu a teoria corpuscular da luz?
Na História da Física, Isaac Newton é geralmente associado à defesa de uma teoria corpuscular para a luz. Nessa teoria, a luz seria um aglomerado de pequenas partículas com massa, sujeitas a influência de forças de curto alcance quando interagia com outros corpos materiais. Neste seminário, buscarei problematizar essa questão, a partir da historiografia da ciência contemporânea. Serão discutidas evidências tomadas de estudos sobre luz e cores do próprio Newton e de historiadores da ciência especializados no tema, com o intuito de responder à pergunta que dá título a esse seminário. Com isso, pretendo esclarecer para o público geral uma das mais conhecidas anedotas da História da Física.
16 de novembro
Patrícia Lustoza de Souza (PUC-RJ)
Moldando materiais semicondutores para aplicação em dispositivos
Materiais semicondutores devem sua versatilidade e, consequente aplicabilidade na fabricação de dispositivos eletrônicos, ópticos e optoeletrônicos, ao fato de se poder "moldá-los" controlando quatro parâmetros. São eles: escolha do material específico, combinação de diferentes materiais, introdução de impurezas e dimensionalidade. Nesse colóquio introduzirei esses parâmetros e darei exemplos de como eles foram historicamente controlados para produzir dispositivos inéditos. Mostrarei exemplos de dispositivos optoeletrônicos estratégicos, como fotodetectores e células solares baseados em estruturas 2D, 1D e 0D, cujo desempenho depende da baixa dimensionalidade empregada.
8 de novembro (data antecipada)
Sergio Rezende (DF-UFPE)
Novas Fronteira em Spintrônica
A Spintrônica, área da ciência e tecnologia dedicada a fenômenos de transporte dependentes de spin, teve início com a descoberta, no final da década de 1980, da magneto-resistência gigante em multicamadas de materiais magnéticos e não magnéticos. Na década de 2000 a área ganhou novo impulso com a descoberta de fenômenos envolvendo correntes de spin, dentre eles o efeito spin Hall, o efeito spin Hall spin inverso e o efeito spin Seebeck, que possibilitam a conversão de um tipo de corrente de transporte em outro, seja de carga elétrica, de spin ou de calor. Nos últimos anos a área ganhou novas fronteiras com a Spintrônica em antiferromagnetos e a Spintrônica em baixas dimensões. Nesta palestra apresentaremos os conceitos envolvidos nesta área excitante da física de materiais e apresentaremos resultados recentes obtidos no Grupo de Magnetismo e Materiais Magnéticos do DF/UFPE.
26 de Outubro de 2016
Gravitação Semiclássica sob Perspectiva da Teoria da Informação Quântica
Prof. Dr. André Gustavo Scagliusi Landulfo (CCNH- UFABC)
A teoria quântica de campos em espaços-tempos curvos faz previsões extraordinárias sobre o comportamento de campos quânticos na presença de campos gravitacionais intensos. Entretanto, essas descobertas notáveis levam a uma série de novos questionamentos. O desenvolvimento de uma teoria na interface entre relatividade, mecânica quântica e teoria da informação pode não só lançar nova luz sobre tais questões como também permitir a descoberta de novos efeitos que nos deem insights sobre como deve ser o regime quântico da gravitação. Nesse seminário, revisarei vários resultados recentes dessa nova área e discutirei suas perspectivas. Em particular, discutiremos a relação entre gravitação, termodinâmica e teoria da informação com ênfase na questão de qual a origem da entropia de buracos negros. Terminaremos o seminário com uma discussão do chamado "paradoxo" da perda de informação em buracos negros e das confusões conceituais que o cercaram recentemente.
Técnicas de detecção de neutrinos
19 de outubro de 2016
Profa. Dr. Ana Amélia Bergamini Machado (CCNH-UFABC)
Desde o primeiro indicio de sua existência e a primeira vez que foram detectados, os neutrinos representam grande interesse na comunidade de física e astrofísica de partículas. Devido às suas propriedades peculiares, e à dificuldade em detecção o estudo destas partículas fundamentais apontam não apenas para nova física, mas também ao desenvolvimento de detectores de nova geração, sempre mais sensíveis e inovadores, contribuindo ao desenvolvimento tecnológico, que poderia em principio ser aplicado também a outras áreas. Neste seminário abordaremos os problemas que estão ainda em aberto na física de neutrinos, e a forma experimental para tentar responder estas questões. Será apresentado técnicas de detecção já utilizadas, as atuais e a perspectiva para o futuro nesta área, incluindo a contribuição brasileira na construção deste futuro.
Memoristores: o que são e para que servem
05 de Outubro de 2016
Prof. Gustavo Martini Dalpian
O memristor é um dispositivo eletrônico composto por um filme fino de um material isolante colocado entre dois eletrodos metálicos. Quando uma diferença de potencial é aplicada sobre ele, sua resistência pode mudar em diversas ordens de grandeza. Por conta desta propriedade, este sistema é capaz de armazenar informação através do seu estado de resistência. Este estado pode então ser lido usando uma tensão muito menor. Embora uma grande quantidade de trabalhos tenha sido dedicado ao estudo destes sistemas, o mecanismo microscópico responsável pela mudança de resistência ainda não é totalmente compreendido. Nesta palestra iremos apresentar um modelo eletrônico para a propriedade memoristiva e compará-lo a outros modelos de difusão.
Mais informações em http://agencia.fapesp.br/o_segredo_do_memoristor/24021/